domingo, 21 de janeiro de 2018

#4º Post: Novos Valores Sociais.

Há dois posts atrás, falei que gostaria de escrever histórias que falassem de alguns assuntos polêmicos, para problematizar certos valores sociais que vem prejudicando vários grupos em nossa sociedade. Bem, hoje venho explicar a minha teoria, se prepare para o textão!

Os valores de uma sociedade são construídos pela influência de muitas coisas: religião, sistemas econômicos, geografia, etnias e por processos históricos. o Brasil, por exemplo, tem vários feriados cristãos porque foi muito influenciado pelo Catolicismo. É um país que cultua o consumismo porque é Capitalista. Tem uma cultura muito rica porque é muito extenso(e possui muitos climas diferentes) e porque abrigou muitos povos diversos. É um país democrático porque o povo o construiu assim ao longo de nossa curta História.

No entanto, percebo que nossos valores estão um bocado equivocados. É lógico que como um grupo que coopera pelo bem estar geral, devemos ter regras de comportamento compartilhadas para cuidar do que é público, mas percebo que em geral nossos valores se referem ao que acontece dentro de casa e não fora. Por que julgamos uma pessoa homossexual ou uma mãe solteira? O que importa se duas pessoas do mesmo sexo adotam uma criança? O que importa se essa criança vai ser homossexual ou não quando crescer? Se o mundo todo fosse gay poderíamos reproduzir in vitro, não é mesmo? Então, onde mora o problema?

Nada dessas coisas realmente prejudica o conjunto da sociedade. Deveríamos estar preocupados com aqueles que vandalizam praças (tipo quebram bancos ou balanços ou destroem monumentos), que fazem caixa dois com dinheiro público, que desviam a merenda das escolas, que causam acidentes de trânsito, que são corruptos, que não dão lugar aos idosos, os que estupram¹ ou raptam entre outras coisas. Essa é a esfera que os valores sociais deveriam atender, porque é esse tipo de coisa que se deve coibir para a proteção de um estilo de vida e da ordem pública.

Acho que o único momento em que a sociedade deve interferir na esfera privada é em caso de abusos físicos/psicológicos dentro da família. De resto, se o casamento é gay ou interracial  ou se a pessoa quer ou não ter filhos ou mesmo se não quer casar, não deve haver julgamentos da sociedade. É a opção da pessoa e a ninguém mais interessa.

Sei que nem todos concordarão comigo, nesse post, mas escrevi tudo isso para justificar minha intenção de propor uma melhor noção de coletividade em minhas histórias. Afinal, criei esse blog para servir de guia ao meu imaginário ;) (se eu ficar famosa, será que vão usar esse post para escrever minha biografia?). Bem, isso é tudo por hoje! Uma boa semana!

¹ Esses tipos de violência causam reações sim, nas pessoas, mas ainda não é um consenso culpar o estuprador. A vítima ainda é a maior acusada pela sociedade.

12 comentários:

  1. São assuntos tão necessários de serem abordados e acho que a plataforma dos blogs é um lugar favorável para essas reflexões, porque outras redes ( leia-se facebook ) parece que move as pessoas num sentido a serem hostis.
    E acho que temos que ir além do concordar ou não. Ampliar o olhar, não fixar um indivíduo numa descrição.
    Bastante rico interagir com tuas polêmicas e ideias por aqui! Bj

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    1. Verdade Ana, no fb posts assim são barraco na certa. Estereotipos são ruins com certeza, mas acho que Uma noção de coletivo um pouco mais esclarecida podia melhorar muita coisa.

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  2. eu não concordo com o tema mãe solteira. lembro de um religioso dizendo que a mãe não é um estado civil. tanto que eu me policio em não usar esse tema de forma alguma. tb gosto de uma frase que colocam nas redes sociais que casamento entre duas pessoas do mesmo sexo só importa para a que foi pedida em casamento. pros outros não interessa. concordo, devíamos nos preocupar com as pessoas que nos prejudicam de alguma forma, como pessoas que praticam corrupção, ainda mais em cargos públicos e com isso geram deficiências em hospitais, escolas. vejo vizinhos sendo grosseiros com mulheres que trabalham nas ruas, sendo que elas vende o que é delas. fico me perguntando se eles vão ignorar políticos quando encontram, mesmo que esse político tenha comprovadamente mexido no nosso dinheiro. não significa que devemos agredi-los. mas será que essas pessoas fingiriam que não os veem como fingem com as moças que não fazem mal nenhum diretamente a nós? ótimo texto. beijos, pedrita

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    1. Verdade, Pedrita. Já tinha ouvido alguma polemica sobre o termo mãe solteira, mas tinha me esquecido. Obrigada por chamar minha atenção para o assunto! Também concordo que não deve haver agressão, apenas acho que a sociedade tinha que exigir mais das pessoas para que elas não se corrompessem.

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  3. Adorei o texto falou muito bem e concordo
    Amei o blog e te sigo

    Visite o meu blog e nos siga por favor
    http://coisasdecrespasoficial.blogspot.com/2018/01/o-que-eu-achei-1-ira-dos-anjos.html

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    1. Obrigada Chris! Pode deixar que vou conferir see espaço sim 😉

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  4. "No entanto, percebo que nossos valores estão um bocado equivocados." Para uma mentalidade mais contemporânea, que percebe quão errado é julgar pessoas por sua orientação sexual, estilo de vida, condições sociais, etc, sim, estão equivocados.
    Mas "onde mora o problema?", penso que aí entra os velhos valores sociais. Tantos anos julgando e sendo preconceituosos com os indivíduos que se encaixam no rol que você exemplificou no post, acabam gerando uma herança cultural na mentalidade de hoje. Defender direitos iguais independente do gênero/orientação sexual virou militância vista no sentido pejorativo, pois antigamente cada um sabia qual era seu "lugar na sociedade" (sic). Não veem como uma tentativa de mostrar que todos devem ser respeitados. Colocar isso em prática na literatura é mais do que importante. Fugir dos esterótipos, promover representatividade e mostrar que os valores sociais de hoje devem visar a diminuição do preconceito, seja contra o homossexual ou a mãe solteira, é fazer da literatura um instrumento para melhorar o mundo.

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  5. Otimas reflexões, Lucas! Obrigada por responder at minhas perguntas Retrica 😉😘

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  6. Eu concordo muito com seu ponto de vista Aleskita ele é muito sincronizado com aquilo que procuro construir em minhas aulas.

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  7. "É lógico que como um grupo que coopera pelo bem estar geral, devemos ter regras de comportamento compartilhadas para cuidar do que é público, mas percebo que em geral nossos valores se referem ao que acontece dentro de casa e não fora".

    Uma análise muito acertada, Aleska! O que deveria estar sendo debatido e combatido com todas as forças é justamente a estrutura perversa que você denuncia tão acertadamente no seu texto: miséria, vandalismo, abuso, corrupção.
    A reflexão que você construiu neste post é muito necessária nos tempos que vivemos! ( vou compartilhar seu texto, blz?)
    Abraços e continue esta "menina das ideias"!

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    1. Ah obrigada! já saiu seu post também na aventureiras literarias!

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