quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A toxicidade da internet

A internet mudou nossa forma de viver, quer dizer ela mais a banda larga. Downloads hoje ocorrem em questões de segundos e não mais esperamos a meia noite para usar a internet de graça. Ficamos conectados o dia inteiro por um aparelhinho menor que um caderno A5.

 De certa forma, a internet nos moldou nessas ultimas 2 décadas. Trouxe coisas muito boas, como as mídias alternativas que acabaram com o monopólio e a manipulação da informação feitos pela grande mídia; democratização do conhecimento como vídeos no YouTube de entrevista com pessoas especializadas, cursos gratuitos etc. Mas hoje em dia, não sabemos o que fazer se não temos acesso a ela. 

 Lembro que há dois anos houve um apagão da internet por um ou dois dias e as pessoas quase surtaram por não poderem postar suas selfies ou ler as notícias na internet. Isso me fez pensar em quanto somos viciados em expor nossas vidas nas redes, e não se enganem : eu estou me incluindo nessa conta. É claro que tiro selfies (às vezes, porque não sou muito chegada a fazer poses) e busco informação na internet, mas desenvolvi uma ansiedade exagerada a ponto de ter insônia com frequência. Sabe o que o médico me recomendou? Caminhar e sair da internet às 19 horas para ler um livro. Acho que foi o melhor remédio que me receitaram na vida.

 Eu sei que é importante se informar, afinal nessa era da fake news a gente não pode acreditar em qualquer coisa, mas será que acompanhar o dia inteiro todas as falas mais bizarras de Bolsonaro vai fazer bem para a sua saúde ou vai mudar algo para o país? É que nem uma pessoa com pressão alta que não pode assistir futebol para não passar mal. A mente precisa de um pouco de leveza também para estar saudável. Veja as notícias sim, comente mas não passe o dia inteiro conectado ao lixo tóxico da internet. 

 Quem me acompanha desde o primeiro blog que tive aqui no blogspot, o falecido "Diários de Bordo", deve lembrar das minhas crises existênciais e minha constante vontade de deletar o que já tinha escrito. O problema é que eu sempre começava um blog novo em seguida, quando, na verdade, a minha vontade era mesmo de sair de vez e me isolar por um tempo. Eu só não entendia isso, pois estava viciada na minha auto-exposição. Achava normal até, afinal, todo mundo fazia né? Mas constantemente reaprendo que seguir o fluxo pode ser muito perigoso. 

 Não precisamos dar satisfação das nossas decisões a ninguém, ou exibir nossa privacidade o tempo inteiro por ostentação ou coisa assim. Apenas devemos procurar viver. Aliás, muito sabiamente Paulo Freire dizia que precisávamos aprender a ser ao invés de ter, mas acho que hoje em dia nós precisamos aprender a ser antes de mostrar. Seja feliz, para si mesmo, em vez de viver para mostrar a felicidade que você não tem.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Eu na pandemia

 Em qualquer lugar da internet em que passei, vi pessoas reclamando de que a pandemia fez as famílias entrarem em desarmonia. Vários casais se separaram, filhos brigaram com pais, avós xingando os descendentes por eles terem virado seus carcereiros e é claro as crianças dando mais trabalho que nunca.

Aqui em casa passou tudo bem.  Nenhuma crise famliar aguda ou briga com namorado (até porque estava solteira em março) digna de nota. Acho que o maior problema é essa alta dos preços, que transformou ítens cotidianos em iguaria, tais como arroz e queijo. Dá até vontade de começar uma horta, para não gastar tanto com comida. Pena que não tenho quintal.

Mas quem não tem horta, aprende a cozinhar e euzinha aprendi a fazer pão, bolo, torta salgada, biscoito (tudo de aveia porque glúten não é de Deus), queijo (que ficou péssimo, mas um dia aperfeiçôo a receita). É claro que adquiri uns quilinhos também, mas aí nem me cobro muito porque a única coisa a fazer é comer né gente? (risos).

Além de aprender a fazer comida, fiz alguns cursos gratuitos da faber castell, para não parar de evoluir minhas técnicas de desenho. Comprei outros cursos no site Domestika.org onde professores de vários assuntos dão aulas pelo mundo inteiro. O desenho abaixo é de uma das minhas aulas com o professor Adolfo Serra, um ilustrador espanhol. Foi muito divertido de fazer porque não tem muitas regras para ilustrar, na verdade o tempo todo o professor incentivava a se desafiar e misturar técnicas e tal. Criar precisa dessa liberdade, sabe? A sensação é maravilhosa^_^.

Também tive momentos de sobreviver ao tédio, que não foi fácil, mas eu tenho experiência nisso e é uma pena que não dê para colocar no currículo. Teve momentos que a ansiedade batia com força, de já acordar com a mente em alta rotação, o que me levou a ouvir aquelas músicas de relaxamento no Youtube e a lotar vários caderninhos incompletos com páginas de diário.  O que foi bom né? Enfim diminuiu a quantidade de cadernos sem utilidade nas minhas gavetas.

Saí pouco em 2020, mesmo com a flexibilização, passei a maior parte do tempo em casa tentando fazer exercícios caseiros, colocar as coisas na rotina e até escrever um pouco, mas nada deu muito certo e o ano que poderia ser sabático foi meio errático, até porque as aulas online da faculdade não conseguiram me botar muito na linha e a sensação é de ter tirado férias de verdade.


Fiz esse desenho para meu instagram @aleskaverso que também foi mais um projeto que larguei um pouco de mão.

E no início desse ano, eu meio que dei uma furada no isolamento social e fui num museu, aliás centro cultural para ver Alphonse Mucha. Além da exposição estar muito bacana eu ainda ganhei brinde e fiquei me sentindo vip porque eram bem caprichados os ítens: uma garrafa de metal, um caderno de capa dura e uma ecobag lindíssima. Acho que vou fazer um post a parte sobre isso. E vocês, como passaram o último ano?


Sobre fazer terapia

Eu queria usar este blog como um meio de divulgação profissional, mas esse ano eu estive fazendo terapia e as minhas emoções andaram flutuan...